Jesus VS Religiões - Quais as diferenças irreconciliáveis? - JUDAÍSMO (act.)
06-01-2015 12:02
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Judaísmo
Nota introdutória
Antes de avançar para as diferenças irreconciliáveis entre o cristianismo e as demais religiões devo ressalvar que tal como avancei na introdução, não procurarei nesta série de artigos ser exaustivo na análise às diversas religiões e suas diferentes correntes. Todas elas serão apenas avaliadas de acordo com as diferenças fulcrais que impedem qualquer tipo de compatibilização com o cristianismo bíblico e logo a inviabilização das supostas teorias satânicas da Nova Era e do Papa Francisco, que tentam promover uma unificação religiosa.
No final de cada artigo deixarei no entanto, para quem procura saber mais, links elucidativos e mais pormenorizados sobre cada uma das religiões e suas diferenças com o cristianismo.
E antes de avançar, gostaria ainda de excluir os judeus messiânicos do âmbito deste artigo, pois estes são no fundo judeus que aceitam Jesus como o Messias e logo também considerados por mim cristãos. O conceito de judaísmo aqui analisado como religião é o que rejeita Jesus como o Messias judeu.
Dito isto avancemos então para a primeira religião a ser analisada:
:
O Judaísmo (1)
A escolha do judaísmo como primeira religião a ser abordada nesta série de artigos não foi por acaso, foi sim porque a diferença irreconciliável que será apresentada é comum a todas as outras religiões, assim nas restantes serão apresentados outros pontos de discórdia, ainda que este deva estar sempre presente na análise a todas as outras, pois na verdade é o principal e até suficiente.
“Judaísmo (em hebraico: יהדות, Yehodút) é uma das três principais religiões abraâmicas (2), definida como a "religião, filosofia e modo de vida" do povo judeu. Originário da Bíblia Hebraica (também conhecida como Tanakh) e explorado em textos posteriores, como o Talmud, é considerado pelos judeus religiosos como a expressão do relacionamento e da aliança desenvolvida entre Deus com os Filhos de Israel. De acordo com o judaísmo rabínico tradicional, Deus revelou as suas leis e mandamentos a Moisés no Monte Sinai, na forma de uma Torá escrita e oral.
(…)
O judaísmo afirma uma continuidade histórica que abrange mais de 3.000 anos. É uma das mais antigas religiões monoteístas e a mais antiga das três grandes religiões abraâmicas que sobrevive até os dias atuais.”
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Juda%C3%ADsmo
O judaísmo juntamente com o islamismo e o cristianismo é uma das três religiões abraâmicas (2), ou seja, religiões monoteístas (aceitam um único Deus) cuja origem comum é reconhecida em Abraão ou o reconhecimento de uma tradição espiritual identificada com ele.
O cristianismo começou como uma corrente do judaísmo no século I d.C. e evoluiu para uma religião separada: A Igreja Cristã, com crenças e práticas distintas e em que Jesus é a figura central, considerado por quase todas as denominações cristãs como de origem divina, tipicamente como a personificação de Deus.
Sendo assim, até à vinda de Jesus, as escrituras sagradas para os judeus: a Torá, eram as mesmas que para Jesus e seus seguidores, hoje elas são conhecidas para os cristãos como a parte da Bíblia denominada de Velho Testamento e igualmente aceite como escritura divina inspirada por Deus.
Sendo assim é natural que existam alguns pontos de contacto e crença entre as duas religiões, mas existe uma diferença que atira por terra toda e qualquer tentativa de compatibilização entre as duas: O Messias!
A Diferença Irreconciliável
Para os judeus, o Messias refere-se à profecia da vinda de um humano descendente do Rei David, que irá reconstruir a nação de Israel e restaurar o reino de Israel, trazendo desta forma a paz ao mundo de forma imediata na sua chegada. Para os cristãos, Jesus é o cumprimento dessa profecia e a paz será conseguida apenas na sua segunda vinda.
A crença judaica não aceita o conceito cristão de pecado original e que todos os seres humanos são rebeldes para com Deus desde o seu nascimento na carne e precisam ser reconciliados novamente com Ele para serem salvos das garras de satanás e do pecado, dos quais são escravos neste mundo.
Para os cristãos, o Messias é o salvador da profecia messianica judaica da Torá e que por seu ensinamento reconcilia os humanos (que acreditem Nele) com Deus, para isso e baseando-se nas escrituras, o cristão defende que Ele teria que vir duas vezes a este mundo, uma para ensinar e na segunda vinda para julgar, separar bons e maus e aí sim, restaurar a paz.
Ora, como é óbvio, para os cristãos o Messias é Jesus, para os judeus o Messias ainda não veio. Jesus para o judaísmo na melhor das hipóteses (e apenas para algumas correntes judaicas mais moderadas) é apenas um professor moral, mas para muitos outros é um charlatão.
Desta forma rejeitam que Jesus é o filho unigénito de Deus, ou seja Deus encarnado, que por seu sacrifício salva a humanidade que Nele acredite e pratique seus mandamentos, assim por consequência de sua "não crença" esses mandamentos são rejeitados pelos judeus.
Sendo assim não existe acordo possível entre judeus e cristãos, a não ser que algum deles se converta à outra crença.
Como enquadrar o judaísmo na religião da Nova Era (A religião da Nova Ordem Mundial)?
Como é óbvio o futuro anticristo será apresentado ao mundo como o messias judeu há tanto esperado de forma a que os judeus o aceitem, mas não sem que antes sobrevenha um grande conflito na região de Israel de forma a que ele possa surgir como o salvador judeu.
Para saber como será feito, veja as referências (5).
Conclusão
Conforme já referido, não é bem o âmbito deste artigo discutir quem tem razão e porquê (tendo eu já muito escrito sobre esse assunto em outros artigos), mas simplesmente demonstrar o porquê da incompatibilização entre religiões.
No entanto a meu ver o judaísmo entra totalmente em contradição quando aceita como inspirados livros das escrituras como Isaías, Daniel, entre outros que claramente identificam o Messias como alguém que virá, pregará, sofrerá e será morto. Aliás o sacrifício de Jesus como o cordeiro de Deus é prefigurado desde o livro do Génesis (3), e não deixa dúvidas na passagem do êxodo quando da última praga infligida aos egípcios, em que os primogénitos de todos que não tivessem o sangue do cordeiro em suas portas seriam mortos (4).
E se entre o judaísmo e o cristianismo existem muitas diferenças, a de aceitar ou não Jesus como o Messias, “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, é fundamental, incontornável e suficiente para que não exista acordo e por si mesmo inviabilizar um suposto consenso numa futura religião ecuménica.
E não nos esqueçamos que para o judaísmo o Messias teria que ser um judeu descendente do rei David, tal como era Jesus (nunca negado pelos judeus) e o problema é que todas as genealogias judaicas foram destruídas quando da destruição do templo de Israel (onde eram guardadas) pelo imperador romano Tito no ano 70 d.C., pelo que não têm como comprovar a descendência do seu suposto futuro messias.
Arco de Tito em Roma, comemora a destruição de Jerusálem por este imperador romano